China vê futuro incerto na fabricação de fast fashion por causa da poluição ambiental no país

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O governo chinês está preocupado com a poluição ambiental que o país vem produzindo como consequência dos seus processos fabris intensos. A indústria têxtil é uma das mais poluentes do país, pois consome e contamina a água através do tingimento dos tecidos. A produção de moda fast fashion é um dos culpados pelo lento progresso do país asiático para ser sustentável, apesar do fato de que não tem contribuído significativamente para a economia.

Os sete grandes rios do país estão contaminados, e os recursos hídricos estão cada vez mais limitados para o uso. O premiê Li Keqiang disse que o país estava passando por uma “guerra contra a poluição”, entretanto, a indústria têxtil continua a despejar toneladas de produtos químicos perigosos nos cursos d’água, além de utilizar quatro vezes mais água para fabricar roupas de algodão do que culturas como a do arroz, por exemplo.

As novas iniciativas ambientais do país podem comprometer a produção industrial da moda fast fashion. Segundo pesquisa da China Water Risk, o país tem enormes problemas causados pela indústria têxtil e só vai tolerar novas tecnologias limpas de fabricação não-poluentes no futuro, e questiona esse tipo de prudção, já que sua importância no Produto Interno Bruto do pais diminui a cada ano.

Nos últimos anos, milhares de indústrias do setor foram investigadas e fechadas, ou interrompidas.

Lançado em abril de 2015 na China, o “Water Ten Plan” é uma iniciativa de conscientização das fábricas têxteis do país para se envolverem nos novos padrões de sustentabilidade nacionais. O relatório afirma que as fábricas têxteis têm de cumprir as novas normas industriais ou serão fechadas dentro dos próximos três anos.

Os principais centros têxteis da China serão afetados, incluindo as fábricas que ficam nas proximidades do delta do Rio Yangtze (YRD), onde mais da metade das fibras químicas globais são fabricadas para exportação. Considerando-se que quase três quartos das águas residuais permanecem não recicladas, esta pode ser uma solução imediata, mas com certeza vai causar um terremoto para as empresas de moda internacionais que fabricam quase tudo na China.

Além das águas, os custos de eletricidade e mão-de-obra na China estão ficando cada vez mais altos e isso se reflete cada vez mais no preço da fabricação de artigos da moda, dessa forma, as marcas internacionais estão em busca de outros países com farta mão-de-obra barata e baixos custos como Bangladesh, Índia, Marrocos, Vietnã, Turquia e agora África para fabricar seus produtos.

Por causa da concorrência desses países, o governo chinês pensa em mudar o foco e tornar o país num grande fabricante e exportador de moda autoral com identidade própria em vez de abrigar fábricas baratas para marcas de moda do Ocidente. Embora os chineses sejam os maiores fabricantes de roupas, acessórios e tecidos, o país não produziu até hoje uma grande marca de moda internacional que rivalize com outras empresas tanto de fast fashion como de luxo.

Aproveitando o talento de jovens designers empreendedores que estudaram no exterior para criar uma indústria em que o “Made in China” não seja mais visto no mundo como apenas cópias de péssima qualidade de produtos de outros países, mas como produtos inovadores e de qualidade própria.

O futuro visa, para isso, o fechamento das fábricas poluentes atuais que não conseguirem se adequar aos novos termos de sustentabilidade e abrir novas fábricas que utilizem tecnologias de produção mais eficientes que não poluam o meio ambiente, além de reciclar quimicamente todos os resíduos têxteis e roupas velhas para criar novos tecidos e evitar que sejam descartados nos aterros.

Afinal, o futuro do setor também está no maior país do mundo, só é preciso descobrir de que forma essas mudanças vão abalar a indústria da moda, que promete, nesse futuro, ser sustentável.


Fonte: http://www.stylourbano.com.br/china-ve-futuro-incerto-na-fabricacao-de-fast-fashion-por-causa-da-poluicao-ambiental-no-pais/

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