Moda Sustentável x Sazonalidade (Slow Fashion x Fast Fashion)

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Cada dia mais as grandes marcas não se contentam apenas em lançar coleções de primavera/verão e outono/inverno. Surgem as edições especiais, o Alto Verão, Alto Inverno, tudo isso produzido e lançado em menos de 1 ano, com diversos eventos internacionais com famosos envoltos em muito luxo e design.

Entre a fase de concepção e o varejo das peças, apenas poucas semanas de produção, espalhada por diversos lugares do globo, preferencialmente onde a mão de obra utilizada é barata e a produção é de baixo custo. E isso é o que chamamos de Fast Fashion.

Enquanto isso, na realidade do consumidor, a cada semana chegam novas roupas e coleções para colorir as araras e atiçar os desejos dos consumidores. É atraente para o consumidor poder comprar peças que grandes estilistas fazem, em parceria com grandes marcas de roupa fast fashion, ou encontrar peças inspiradas nos desfiles das inúmeras semanas de moda ao redor do mundo, muitas vezes por um preço baixo.

Mas será que não estamos consumindo moda rápido demais? E será que não tem nada mesmo de negativo em relação a isso?

Há quem defenda que “compra quem quer”. Entretanto, a relação entre oferta e demanda é desigual e as marcas fast fashion normalmente se isentam dos impactos dessa oferta demasiada sobre os consumidores. Com os varejistas que vendem as últimas tendências da moda a preços muito baixos, os consumidores são facilmente seduzidos a comprar mais do que realmente precisam.

Os impactos dessa oferta são inúmeros, desde questões sociais e trabalhistas até o impacto ambiental gerado pelo resíduo gerado pelo descarte dos tecidos, que cada vez são menos utilizados e já descartados para dar lugar a outra peça.

A mudança de postura em relação a isso começa na reflexão desse sistema e ela deve partir tanto do consumidor quanto do produtor. É claro que toda a empresa tem o objetivo de lucrar, mas nem todas acreditam que isso deve ser conseguido a qualquer custo.

A moda sustentável não apenas utiliza matérias primas ecologicamente corretas, mas também prioriza a criação de designs e coleções pautadas no Slow Fashion, movimento criado em oposição ao Fast Fashion, para traduzir para a moda os conceitos do Slow Food, ou o consumo consciente que valoriza toda a cadeia de produção, a diversidade e a sustentabilidade socioambiental.

Em termos práticos, coleções desenvolvidas sobre os pilares do Slow Fashion trazem peças versáteis produzidas com materiais de qualidade e design atemporal, dessa forma as coleções não se tornam datadas e as peças que adquirimos podem ser usadas por muito tempo, sem a preocupação de estar fora de moda. Isso valoriza a peça, o consumidor e toda a produção.

Atualmente, o mundo já exige essa reflexão. A economia de água, de energia e de matérias-primas é uma necessidade em todos os bens produzidos e está mais do que na hora da moda entrar nessa pauta. E essa mudança tem que vir de todos os lados: cabe as empresas assumirem a sua responsabilidade socioambiental e cabe ao consumidor comprar com consciência. E assim viveremos bem, em harmonia com nosso planeta!

 


 

Fonte:

http://www.acordabonita.com/2016/03/entenda-moda-sustentavel-e-amplie-seu-papel-como-consumidor-consciente/

http://www.gwsmag.com/slow-fashion-o-que-e-essa-nova-forma-de-consumir-moda/

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